O PAPEL DO CRIADOR DE AVES NA
SOCIEDADE
A
sociedade muita das vezes fecha os olhos, os órgãos ambientais são burocráticos
e exigentes, e eles são os verdadeiros heróis. As pessoas muitas vezes nem sabe
que existem, para que servem ou o que fazem de bom para a sociedade, se é que
realmente contribuem para algo de importante. No dicionário, criador é “que
cria, produz, gera.”,
mas são muito mais do que isso. O criador ou avicultor não sabe da importância
que exerce na questão da preservação, conservação e de dar continuidade a
espécies que hoje poderiam estar extintas.
O caso da Ararinha Azul (Cyanopsitta
spixii) chamou a atenção do mundo, virou filme,
sucesso no Brasil e no exterior, e as pessoas não conseguiram enxergar o
principal protagonista disso, que é o criador. Sem eles poderíamos dizer que
assim como a Ararinha Azul, outras espécies poderiam não existir mais como os
Kakarikis (Cyanoramphus novazelandiae), sendo que outras espécies do gênero
Cyanoramphus já foram extintas e outras estão na beira do precipício. Os próprios órgãos públicos deveriam usar
isso a favor deles, para a preservação das espécies locais, afinal a
reabilitação e soltura acabam não sendo um método tão eficiente quanto à
reprodução e consequentemente o aumento populacional da espécie em cativeiro.
O criador carrega um enorme banco genético em
cada ave, o mesmo deve ser sério, responsável nos cruzamentos e tentar
preservar ao máximo as características naturais de cada ave para que se um dia
a espécie que ele cria entrar em extinção ou ficar ameaçada devida á ação
humana ou outro fator que a deixe vulnerável, ele poderá contribuir para que um
dia volte a voar e cantar pelo seu habitat de origem. Além disso, vivemos em
uma crise de desmatamento queimadas e desrespeito com as florestas e savanas,
que são os habitat desses seres alados. A introdução de fauna exótica também é
um fato que contribui para o desaparecimento de inúmeras espécies, já que pode
disputar por território, alimento ou ser até mesmo um predador como é o caso
dos gatos, que acabam por causar um enorme rombo no equilíbrio ecológico.
Além da burocracia por parte do estado e
desvalorização por parte da sociedade, o que acaba desestimulando novos
criadores, ainda ocorre ataques por parte de figuras públicas, políticos e
“protetores” de animais. Os que criticam, criticam porque não conhecem, não
saem de suas bolhas e de sua zona de conforto, negam conhecer o novo e dizem
saber da verdade, muitos ainda apelam para o lado emocional, “Coitado! Vive
preso em uma gaiola”, da para ver que não entendem nada de bem estar animal,
ignorantes e desinformados. Afirmam que elas sentem saudade da natureza, sem
antes nunca terem saído de lá. Não temos como sentir saudade se algo se não
vimos, sentimos, tivemos.
As pessoas só começam a ouvir e se interessar
por aquilo que as convém, temos que abrir os olhos e tentar enxergar um pouco
além e ver que o futuro de muitas espécies pode estar na mão dos criadores,
começar a enxergar que são necessários, extremamente necessários.
Por: Yan Victor
Criador de psitacídeos no estado da Bahia, Brasil.
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