ROLINHA PICUÍ
(Particularidades e
curiosidades da espécie)
Por Yan Victor
Criador de aves do estado da
Bahia, associado à ACPERJ&BR .
Hoje
vamos falar sobre uma ave não tão comum na criação em ambiente doméstico,
apenas alguns poucos criadores isolados pelo Brasil possuem alguns casais. As
rolinhas em geral não são tão levadas em consideração ou uma ave relevante
entre os criadores, as mais comuns, Rolinhas Roxas (Columbina talpacoti), são consideradas como pragas já que
conseguiram adaptar-se em ambiente urbano, obtendo um ótimo progresso
reprodutivo e muita das vezes levando agentes patogênicos para os planteis onde
conseguem ter contato com os alojamentos das aves.
A
Rolinha Picuí (Columbina picuí) ou
rolinha branca como é comumente chamada em alguns estados brasileiros que se
pode encontrar esse columbiforme, apresenta dois tipos de subespécies. A Columbina picui picui é encontrada no sul
do Brasil e também pudemos ver que aparece em alguns países próximos ao sul do
pais, a Columbina picui strepitans
ocorre no nordeste do Brasil até o estado de Mina Gerais. Elas apresentam
algumas diferenças, a primeira citada tem um tom de cinza mais claro e azulado,
já a outra apresenta um cinza mais amarronzado. Provavelmente características
desenvolvidas a partir de um isolamento reprodutivo que fez com que as espécies
acarretassem pequenas diferenças.

Columbina picui
streptans
adulta.

Columbina picui
picui adulta.
Essas
columbinas que crescem de 16 á 18 centímetros e pesam até 58 gramas tem uma
alimentação não tão diferente das demais rolinhas, em vida livre as Picuís
comem de tudo, já que tiveram que se adaptar muitas vezes aos ambientes urbanos,
ingere desde gramíneas, sementes, farelos de pão, milho, restos de alimento. Em
cativeiro, obviamente devemos oferecer uma alimentação balanceada com o mínimo
dos níveis nutricionais para suprir as carências nutricionais da espécie, a
indústria alimentícia de aves ainda não desenvolveu nenhuma ração especifica
para pequenos columbiformes, por essa razão, costumamos oferecer uma mistura de
sementes de canário de boa qualidade, farelo de milho, e quanto à farinhada que
também pode ser oferecida em pequenas porções semanais.
Filhote
de Columbina picui strepitans.
A
reprodução é relativamente simples, visto que a partir dos 7 meses essas aves
já podem mostrar certo interesse em se aninhar, os machos começam a ficar mais
agressivos e emitir pequenos sons roucos, na tentativa de conseguirem uma
fêmea, construir um ninho, que é onde a fêmea colocara cerca de dois ovos e
criaram seus filhotes até depois de abandonarem os ninhos. Não é nada comum as
pessoas terem rolinhas como animais de estimação, já criei varias espécies e
posso dizer que essa espécie é uma das mais carinhosas e inteligentes, chegam
até mesmo a obedecer a comandos e conviver com outros animais, que no meu caso
foi um cachorro, além de serem também menos assustadas que as demais do mesmo
gênero.

Columbina picui picui no ninho com seu filhote.
Acredito que por meio desse pequeno
artigo, possa ter ajudado os amigos criadores em duvidas sobre a espécie e para
aqueles que não conheciam e apreciam e admiram os pequenos columbiformes assim
como eu, possa se interessar pela criação e ajude na conservação e no
reconhecimento dessa espécie brasileira, já que toda espécie de ave é
importante para o equilíbrio ecológico de um determinado local desde a
disseminação de sementes e frutos, até para o sustento de outras populações.
OBS: Não se deve capturar aves
nativas, quem faz isso fere a constituição e contribui para a destruição da
espécie. Comprem aves sempre de criadouros autorizados pelo órgão ambiental
competente.
REFERÊNCIAS:
CLEMENTS, J. F., T. S. Schulenberg, M. J.
Iliff, D. Roberson, T. A. Fredericks, B. L. Sullivan, and C. L.. The Clements
checklist of Birds of the World: Version 6.9; Cornell: Cornell University
Press, 2014.
Aves Catarinenses - Disponível em http://www.avescatarinenses.com.br/animais/1-aves/436-rolinha-picui/www.youtube.com Acesso em 08 de março de 2019.
SESC - Guia de Aves do Pantanal - disponível
em http://www.avespantanal.com.br/paginas/86.htm Acesso
em 08 de março de 2019.
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